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Crónica de fim de semana: Task Force

  • pedroalbertoescada
  • 22 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura

No espaço de informação e esclarecimento que é o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa (tem 27 anos e atualmente está sediado no ISCTE), fiquei mais bem informado sobre o que é uma “task force”.


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Um leitor perguntou ao Consultório do Ciberdúvidas em Abril de 2024: “'Gostaria de saber: qual a forma mais correta de traduzir a expressão "task force?".

 

Responde o Consultório (José Mário Costa, jornalista): “Grupo de trabalho” é a tradução mais comum nos termos genéricos que passou a empregar-se. Na aceção militar, uma “task force” é uma força temporária escolhida para uma missão especial, sob um comando unificado”.

 

O ideia principal da “task force” é a de um grupo criado de propósito para realizar uma determinada tarefa num prazo bem determinado.

 

O conceito de “task force” não está necessariamente ligado às atividades militares, mas compreende-se que até o Ciberdúvidas, em Abril de 2024, tivesse sentido necessidade de relacionar o termo com as Forças Armadas, por motivos que todos adivinharão.

 

O termo passou a ser usado com mais insistência e curiosidade a propósito da “task force” criada para vacinar no momento próprio a população portuguesa contra o vírus Covid-19. Essa atividade teve um êxito pleno. Para todos, “task force” passou a ser sinónimo de competência e eficácia.

 

A criação de “task forces” tem sido frequente em muitas sociedades médicas de Otorrinolaringologia na Europa, nos Estado Unidos e mesmo no Brasil.

 

A ideia da criação de “task forces” sob a égide da SPORL-CCP, apresentada pela lista “União e Juventude” (a nossa lista), pretende tirar vantagens do potencial de eficácia e utilidade que o conceito traz consigo.

 

O seu âmbito pode ser variável, passando por diversas tarefas que sejam úteis aos sócios.

 

Não vou desenvolver muito sobre as propostas concretas que já foram apresentadas no “Manifesto Eleitoral” da nossa lista, porque este não é um texto de campanha, mas sim uma crónica de fim de semana, necessariamente mais ligeira e repousante.

 

Por isso vou antes contar-vos uma história, a história de uma viagem.

 

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Há poucos anos atrás fui convidado para fazer uma visita a uma fábrica de dispositivos médicos a outro país da Europa. Além de mim, iam vários médicos portugueses de diferentes proveniências e gerações. Um pequeno grupo.

 

Desses, três eram diretores de serviços hospitalares de instituições do SNS, do Norte ao Sul do País. Três Baby Boomers, a geração daqueles que ainda estudam por livros e se acham a si próprios confiáveis e resilientes (para perceber melhor este comentário e este assunto terá que ler a crónica “O gap geracional”). Um deles era eu.

 

A viagem foi agradável, a fábrica era um espetáculo e verificámos que os dispositivos são fabricados com uma exigência técnica excecional. A viagem durou dois ou três dias, já não me lembro bem.

 

Mas o que mais aprovei dessa viagem foi a conversa. Sim, a conversa. Num ambiente longe da rotina do trabalho e das suas exigências e distrações, os três diretores falaram do seu trabalho, dos seus problemas, das suas dificuldades no cumprimento da sua função e da sua missão.

 

E também das soluções que tinham encontrado nos seus serviços para as dificuldades. E partilharam as suas experiências com generosidade. Aprendi muito e penso que também ajudei os meus colegas e amigos, dando-lhes algumas sugestões, dizendo como eu fizera para melhorar este aspeto ou outro ou para obter mais meios ou melhores condições para tratar os doentes.

 

Saí dessa viagem com a ideia de futuramente criar as condições para reunir periodicamente os diretores de serviço hospitalares para conversarem entre si e se ajudarem mutuamente a serem mais eficazes. Geralmente quando nos reunimos é mais para propósitos científicos e raramente ou nunca por razões mais práticas ou “operacionais”.

 

Para mim, esta ideia é um bom exemplo do que significa a União que está no lema da nossa lista (peço desculpa, tinha prometido não fazer campanha mas não resisti...). Ajudar em vez de competir. Fortalecer pela partilha. As sociedades científicas podem efetivamente ter um papel em dar um suporte institucional a estes “grupos de trabalho” cujo resultados beneficiam sócios e doentes.   

 

Dessa viagem surgiu a ideia. O termo, só podia mesmo ser “task force”.



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PS: por coincidência, fiz o Serviço Militar obrigatório na Marinha, em 1990. Fiz a recruta na Escola de Fuzileiros cujo lema é "Gloria Docentium Victoria Discentium" (a vitória dos alunos é a glória dos professores, que também tem sido um dos lemas da minha vida...) Na minha incorporação estavam vários médicos, dos quais, além de mim dois são também Otorrinolaringologistas. Eles não levarão a mal que os nomeie, são o Dr. Vítor Proença e o Dr. José Seabra da Rocha.

No final da recruta ganhei o prémio do melhor aluno da mesma, e esta placa.

 
 
 

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