Crónicas da campanha eleitoral. Primeira: “discutir o preço do K”
- pedroalbertoescada
- 27 de abr.
- 2 min de leitura
No debate entre mim e a cabeça de lista adversária, a minha proposta da criação de uma task-force dos Diretores de Serviço foi apontada como tendo uma visão sindicalista, seria “estar a discutir o preço do K”.
No debate eu defendi a minha convicção (partilhada com outros diretores de serviço), de que um maior diálogo e partilha de problemas e soluções entre os diretores de serviço pode trazer vantagens para os serviços de otorrinolaringologia e os seus profisssionais, sobretudos os mais novos, em muitos aspetos, incluindo, entre outros, a remuneração.
“Agrupar os Otorrinolaringologistas e esclarecer e defender os seus interesses profissionais na clínica privada, nos Hospitais, nas Companhias Seguradoras e noutros locais onde a sua atividade seja exercida” é uma atribuição da nossa sociedade assim apresentada no artigo 3º, alínea d), dos Estatutos da SPORL-CCP!
Não devemos ter complexos de assumir estes interesses comuns e aproveitar a união que a nossa sociedade deve proporcionar para melhor capacitar todos os seus sócios na defesa conjunta dos interesses profissionais nesta questão particular.
A Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia da Cabeça e Pescoço tem comissões que preparam os recém-especialistas para melhor negociarem os seus contratos com os empregadores, e uma comissão da prática privada em que os otorrinolaringologistas discutem e partilham entre si as melhores estratégias para terem melhores remunerações.
Num artigo de opinião de Fevereiro de 2025, esta Comissão da AAO-HNS escrevia: “Defendermo-nos a nós próprios não é uma opção; é uma obrigação. Nós defendemos os nossos doentes, a nossa comunidade, a nossa sociedade, mas também devemos defender a nossa prática e a nós próprios”.
A defesa dos interesses profissionais dos otorrinolaringologistas portugueses através de grupos de trabalho tais como a task-force dos Diretores de Serviço e a task-force da Prática Privada pode ter um impacto positivo sobretudo nos recém-especialistas, porque as condições de trabalho tendem a tornar-se mais difíceis, sobretudo para quem começa, e os mais vulneráveis são os mais novos.
É bem possível que uma das razões pelas quais os mais novos se alheiam da nossa sociedade na fase incial da sua carreira é porque nesse período estão a lutar pela vida...
Mas nós temos a certeza que defender os sócios desta forma faz parte das atribuições da SPORL-CCP e que o assunto é importante para todos. O nosso propósito é muito mais do que “discutir o preço do K”!

Comments