Entrevista com o candidato a Vice-Presidente da SPORL-CCP, Dr. João Elói Moura
- pedroalbertoescada
- 24 de mar.
- 4 min de leitura
Dr. João Elói, porque aceitou o convite do Professor Pedro Escada para se candidatar à Direção da SPORL-CCP?

O convite a mim endereçado pelo Prof. Pedro Escada muito me honrou e foi aceite imediatamente! Destacaria as 3 ideias fundamentais que me levaram a aceitar o convite:
Em primeiro lugar, o candidato à Presidência. É uma pessoa que conheço e admiro desde o início da minha formação e projeta o nome da otorrinolaringologia portuguesa para além das nossas fronteiras; trabalhamos juntos na direção da SPORL-CCP há 6 anos e, por isto, sou testemunha do seu enorme interesse pela nossa especialidade, sua regulação e pela formação de todos os otorrinos.
Depois, sublinho o projeto. Junta a experiência e o legado muito positivo de alguns dos membros da direção e comissões científicas que vêm já de experiências associativas anteriores, com a renovação dos nomes, novas ideias e diferentes formas de abordagem de outros colegas (que, mesmo sem idêntica experiência, têm créditos já firmados entre nós e aderiram com imensa vontade de fazer e ajudar!).
Finalmente, convenceu-me também perceber que o Prof. Pedro Escada e eu partilhamos uma perspetiva para a região Centro e para a promoção da Otorrinolaringologia nestas fronteiras.
Qual é a sua experiência profissional e de que forma é que acha que essa experiência o preparou para um cargo de liderança na Direção da SPORL-CCP?
Sendo eu especialista há 15 anos, dedico-me mais às áreas da otologia, surdez, implantes auditivos e otorrino pediátrica geral.
Sou, desde 2017, coordenador do Centro de Referência de Implantes Cocleares da ULS Coimbra e venho, desde sempre, colaborando com inúmeros colegas, com estes partilhando decisões para ajudarmos os nossos doentes.
Além disto, estou envolvido diretamente na Direção da SPORL-CCP desde 2013 e participo ativamente nas comissões organizadoras de diversos Congressos, Reuniões, Jornadas e Cursos, quer nacionais quer internacionais. Penso que esta experiência poderá também ajudar a Direção da SPORL-CCP a ir ao encontro das necessidades dos nossos colegas.
Na sua opinião, quais são os principais desafios atuais da nossa especialidade em geral e em Portugal em particular?

A nossa especialidade tem, como a Medicina em geral, os desafios lançados pelos novos tempos da Inteligência Artificial e a sua relação com o conhecimento científico e com o público.
Por outra parte, estes são anos de enormes avanços técnicos, com a cirurgia robótica, os implantes auditivos e os implantes do nervo hipoglosso, por exemplo, a ser uma realidade que nos traz o desafio da constante atualização, tanto científica, como tecnológica.
Em Portugal, ainda destacaria a dificuldade que o Serviço Nacional de Saúde tem tido, em muitos locais, em recrutar recursos humanos e em estar na vanguarda tecnológica, o que faz perigar o princípio de uma Medicina igual para todos.
Se tivesse que eleger as 3 propostas do Manifesto Eleitoral da sua lista que mais o entusiasmam, quais são elas?
Primeira: fomentar o desenvolvimento técnico científico da Especialidade.
Segunda: a criação de uma task-force para a elaboração de consentimentos livres, informados e esclarecidos para todas as intervenções ORL.
Terceira: a criação de uma task-force de recomendações e guidelines em Otorrinolaringologia.
Por que razão você acredita que a sua lista, “União e Juventude”, é a melhor opção para liderar a SPORL-CCP no próximo triénio?

Acredito que a lista “União e Juventude” é a melhor opção de liderança pelo capital humano que encerra, por beneficiar do compromisso entre a experiência das diversas direções da SPORL-CCP (que muito nos orgulham!) e pela irreverência, ideias e projetos que os novos elementos trazem ao grupo.
Isto tudo envolto na preocupação por manter a estabilidade financeira da instituição, imprescindível que é para as gerações futuras de sócios da SPORL-CCP.
O que acha que a maior participação dos jovens poderá trazer de diferente para a vida da SPORL-CCP?
Os jovens que aderiram à Lista B vão trazer inovação, salutar inquietude, e reclamar, crescente e permanentemente, resposta e de atualização para garantir que responderemos às questões que os sócios venham a colocar.
O que acha que se pode fazer para garantir que a sociedade seja mais dinâmica e próxima dos seus sócios?

A única forma de isso acontecer é perceber as necessidades dos sócios, trazê-los para dentro da Sociedade e envolvê-los na decisão. Foi precisamente para ver esse objetivo concretizado que a Lista B compôs um rol de candidatos que representam todas as regiões do país, do público e do privado, todas as faixas etárias e serviços de dimensões muito diferentes.
Acha que a situação geopolítica atual, com várias guerras, um afastamento crescente entre os Estados Unidos (um país para onde nos deslocamos frequentemente para nos atualizarmos e recebermos formação) e a Europa, pode levar a alterações na Otorrinolaringologia Portuguesa e da forma como nos posicionamos na Otorrinolaringologia global?
A geopolítica é um desafio constante que influencia a nossa vida pessoal, social, política e profissional. Porque deitou abaixo fronteiras, não podemos desistir da globalização científica e temos de pugnar ativamente por que ela, mais do que manter-se, se expanda, particularmente àqueles países que, tendo embora privilegiadas relações com Portugal, ainda se encontram um pouco à margem desta dinâmica.
Por isto mesmo, preocupam-me as notícias, chegadas recentemente dos Estados Unidos, de desinvestimento na Ciência. Mas, por outra parte, isto também quer dizer que a Europa tem agora uma oportunidade — aliás, até diria a responsabilidade! — de retomar a liderança do saber técnico-científico, nomeadamente da Otorrinolaringologia. Não tenho quaisquer dúvidas de que, neste novo quadro, a Otorrinolaringologia portuguesa, pela sua reconhecida competência técnico-científica, fará parte da solução!
Qual é que acha que é o seu estilo de liderança, e qual a sua forma habitual de enfrentar situações difíceis e de resolver conflitos?
Eu diria que sou um conciliador, tenho a preocupação de ouvir os vários pontos de vista e de tomar decisões, após reflexão, de forma clara, concisa e concreta.
Que mensagem final gostaria de deixar aos sócios da SPORL-CCP?

Gostaria de convidar os sócios da SPORL-CCP para que refletissem sobre as propostas e as pessoas que integram a Lista B, quer para os corpos diretivos, quer para as comissões (que tanto valorizamos!).
Confiram a excelência desta equipa, do seu Presidente e de um programa que é feito de propostas concretas e sustentáveis!
Votem B!
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