Entrevista com o candidato a Vice-Presidente da SPORL-CCP, Dr. Vítor Correia da Silva

Dr. Vítor Correia da Silva porque aceitou o convite do professor Pedro Escada para se candidatar à Direção da SPORL-CCP?

Ao contrário dos comentários que vi publicados, considero que a Direção cessante, liderada pelo Prof. Marques dos Santos, teve um desempenho muito meritório, tendo desenvolvido novas formas de partilha de conhecimento através dos podcasts e webinars, para além naturalmente dos Congressos Nacionais e Reuniões de Núcleo. Em todos eles a opinião generalizada foi altamente positiva em relação à sua qualidade.

Dito isto, tenho muito orgulho em ter feito parte dessa Direção na qualidade de Vice- Presidente, pelo que quando o Prof. Pedro Escada me convidou para a sua lista respondi-lhe afirmativamente e sem qualquer hesitação, pois pude apreciar o seu desempenho enquanto Vice-Presidente da Direção anterior e porque conheço o muito que tem feito em prol do ensino da Otorrinolaringologia no nosso País, esperando que o bom trabalho efetuado continue numa Direção liderada por si.

Qual é a sua experiência profissional e de que forma é que acha que essa experiência o preparou para um cargo de liderança na Direção da SPORL-CCP?

Nestes  50 anos desde a minha  licenciatura sempre me dediquei mais intensamente à Otologia , à patologia do osso temporal  e base do crânio, liderando uma equipe de implantação coclear desde há 32 anos, sendo assim o Otorrinolaringologista no ativo que há mais tempo coloca implantes cocleares em Portugal, para além de ter sido o introdutor no nosso País de várias formas de reabilitação auditiva.

Coordeno o Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Porto desde o seu início, para além de ter sido o Diretor Clínico desse hospital durante 12 anos.

Na sua opinião, quais são os principais desafios atuais da nossa especialidade em geral e em Portugal em particular?

A principal missão da SPORL-CCP é promover a partilha de conhecimentos entre os Otorrinolaringologistas portugueses e os de outros países com quem tem relações e, muito particularmente, participar na formação dos mais jovens. Se falhar nessa missão, contribuirá para um menor reconhecimento da especialidade, pelo que tem  um papel importante no desenvolvimento de todas as áreas que fazem parte da Otorrinolaringologia, impedindo assim que outras especialidades se tentem apropriar das mesmas.

Se tivesse que eleger as 3 propostas do Manifesto Eleitoral da sua lista que mais o entusiasmam, quais são elas?

Primeira: a promoção de atividades que valorizem cientificamente os seus sócios e lhes proporcione um merecido reconhecimento dentro e fora do país, junto das Sociedades congéneres;

Segunda: a congregação dos Otorrinolaringologistas portugueses em volta da SPORL-CCP, unindo os mais velhos e os mais novos em prol da divulgação da nossa especialidade dentro e além fronteiras, tendo um papel ativo na defesa dos interesses profissionais dos seus associados; e

Terceira: representar condignamente a Otorrinolaringologia portuguesa nos eventos em que estiver envolvida.

Por que razão você acredita que a sua lista, “União e Juventude”, é a melhor opção para liderar a SPORL-CCP no próximo triénio?

Considero que a lista União e Juventude, ao congregar elementos de diferentes grupos etários, mas já com provas dadas quanto à sua qualidade profissional e sob a liderança do Prof. Pedro Escada, irá desempenhar um excelente papel na prossecução dos objetivos que mencionei anteriormente e que estão no nosso manifesto eleitoral.

O que acha que a maior participação dos jovens poderá trazer de diferente para a vida da SPORL-CCP?

A Sociedade existe para e pelos sócios, sendo os mais novos o garante da sua continuação e uma parte importante da mesma. A presença de jovens nos seus corpos diretivos irá estimular a participação ativa de todos aqueles que entretanto forem chegando. No entanto, não será de subestimar o papel decisivo dos mais velhos que, para além da partilha da sua experiência,  poderão ainda, através dos seus contatos, conseguir a participação de convidados estrangeiros de nomeada nas reuniões organizadas pela Sociedade.

O que acha que se pode fazer para garantir que a sociedade seja mais dinâmica e próxima dos seus sócios?

Considero importante que a nova Direção continue o trabalho da anterior na organização de eventos on-line,  que promovam a transmissão  de conhecimentos, envolvendo as Comissões na sua realização, para além naturalmente das reuniões presenciais habituais.

Acha que a situação geopolítica atual, com várias guerras, um afastamento crescente entre os Estados Unidos (um país para onde nos deslocamos frequentemente para nos atualizarmos e recebermos formação) e a Europa, pode levar a alterações na Otorrinolaringologia Portuguesa e da forma como nos posicionamos  na Otorrinolaringologia global?

O panorama internacional é preocupante e a aproximação de potências imperialistas que estavam afastadas desde 1917 poderá ter repercussões na partilha do conhecimento global, sendo no entanto prematuro tirar conclusões. Contudo, parece óbvio que os europeus terão de contar consigo próprios e unirem-se para não serem subalternizados.

Qual é que acha que é o seu estilo de liderança, e qual a sua forma habitual de enfrentar situações difíceis e de resolver conflitos?  

Durante todo meu percurso profissional procurei contribuir para a pacificação das relações na nossa especialidade e no acabar de conflitos que conheci quando cheguei à SPORL, os quais  só conduziram a uma  imagem de menoridade na classe médica nacional e internacional. É importante saber ouvir e através da nossa prática ter uma atuação séria e honesta para com os nossos pares e, mais importante ainda, com os doentes.

Que mensagem final gostaria de deixar aos sócios da SPORL-CCP? 

Como mensagem final gostaria de dizer aos nossos sócios que votem na lista União e Juventude, deixando aqui o meu compromisso que farei tudo o que estiver ao meu alcance para cumprir o programa a que nos propomos e ajudar a dignificar a SPORL-CCP.